31/03/2008

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ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Jornal Pequeno – MA

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Geral


24/MARÇO/08

Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas

Data de Publicação: 23 de março de 2008

O secretário de Estado da Saúde, Edmundo Costa Gomes, faz a abertura, às 8h30, de amanhã, 24, no Hotel Praia Mar, do Curso Tratamento de Drogas na Perspectiva do Ministério da Saúde. O evento que se estende até o próximo dia 28 é destinado a profissionais de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Realizado pela Superintendência de Atenção Básica, por meio dos Departamentos de DST/Aids, Saúde Mental e de Atenção à Saúde do Trabalhador e do Idoso, o curso objetiva fornecer aos participantes subsídios conceituais e práticos na redução de danos, DST/Aids e Tabagismo, com vistas a possibilitar sua aplicação no atendimento de saúde prestado à população do Maranhão.

Segundo a chefe do Departamento de Atenção à Saúde Mental, Cláudia Duarte Pereira, logo após a capacitação, os 47 Caps existentes no Maranhão serão transformados em centros especializados na redução de danos e tabagismo.

Cláudia Duarte explicou ainda que a redução de danos é uma estratégia que visa reduzir os danos à saúde em conseqüência de práticas de risco. No caso de usuários de drogas injetáveis, por exemplo, o objetivo é reduzir os danos daqueles usuários que não podem, não querem ou não conseguem parar de usar drogas injetáveis, e, portanto, compartilham a seringa e se expõem à infecção pelo HIV, hepatites e outras doenças de transmissão parenteral.

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Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas

Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas


Data de Publicação: 24 de março de 2008
O secretário de Estado da Saúde, Edmundo Costa Gomes, faz a abertura, às 8h30, desta segunda-feira (24), no Hotel Praia Mar, do Curso Tratamento de Drogas na Perspectiva do Ministério da Saúde. O evento que se estende até o próximo dia 28 é destinado a profissionais de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Realizado pela Superintendência de Atenção Básica através dos Departamentos de DST/Aids, Saúde Mental e de Atenção à Saúde do Trabalhador e do Idoso, o curso objetiva fornecer aos participantes subsídios conceituais e práticos na redução de danos, DST/Aids e Tabagismo, com vistas a possibilitar sua aplicação no atendimento de saúde prestado à população do Maranhão.

Segundo a Chefe do Departamento de Atenção à Saúde Mental, Cláudia Duarte Pereira, logo após a capacitação, os 47 Caps existentes no Maranhão serão transformados em centros especializados na redução de danos e tabagismo.

Cláudia Duarte explicou ainda que a redução de danos é uma estratégia que visa reduzir os danos à saúde em conseqüência de práticas de risco. No caso de usuários de drogas injetáveis, por exemplo, o objetivo é reduzir os danos daqueles usuários que não podem, não querem ou não conseguem parar de usar drogas injetáveis, e, portanto, compartilham a seringa e se expõem à infecção pelo HIV, hepatites e outras doenças de transmissão parenteral.

O conteúdo programático do curso consta de Saúde Mental e DST/Aids no Maranhão, Tratamento do Fumante, Protocolo em Saúde do Trabalhador Sobre Saúde Mental, entre outros.

GAPA-RP / 24.Mar.08 Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas

GAPA-RP / 24.Mar.08
Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas
Fonte: Jornal Pequeno – MA
Data de Publicação: 23 de março de 2008



O secretário de Estado da Saúde, Edmundo Costa Gomes, faz a abertura, às 8h30, de amanhã, 24, no Hotel Praia Mar, do Curso Tratamento de Drogas na Perspectiva do Ministério da Saúde. O evento que se estende até o próximo dia 28 é destinado a profissionais de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).



Realizado pela Superintendência de Atenção Básica, por meio dos Departamentos de DST/Aids, Saúde Mental e de Atenção à Saúde do Trabalhador e do Idoso, o curso objetiva fornecer aos participantes subsídios conceituais e práticos na redução de danos, DST/Aids e Tabagismo, com vistas a possibilitar sua aplicação no atendimento de saúde prestado à população do Maranhão.



Segundo a chefe do Departamento de Atenção à Saúde Mental, Cláudia Duarte Pereira, logo após a capacitação, os 47 Caps existentes no Maranhão serão transformados em centros especializados na redução de danos e tabagismo.



Cláudia Duarte explicou ainda que a redução de danos é uma estratégia que visa reduzir os danos à saúde em conseqüência de práticas de risco. No caso de usuários de drogas injetáveis, por exemplo, o objetivo é reduzir os danos daqueles usuários que não podem, não querem ou não conseguem parar de usar drogas injetáveis, e, portanto, compartilham a seringa e se expõem à infecção pelo HIV, hepatites e outras doenças de transmissão parenteral.

Saúde implanta serviços de redução de danos para uso de drogas

Saúde implanta serviços de redução de danos para uso de drogas



Data de Publicação: 25 de março de 2008

Alta Resolução
O Governo do Estado começa a viabilizar a implantação de serviços de redução de danos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da capital e interior do estado. Passo importante para isso foi dado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) com a realização do Curso Tratamento de Drogas na Perspectivas do Ministério da Saúde, encerrado na última terça-feira, no auditório do hotel Praia Mar.

O evento, que contou na abertura com a presença do secretário de Estado da Saúde, Edmundo Costa Gomes, teve início na última segunda-feira e foi coordenado pela Superintendência de Atenção Básica da SES, por meio dos departamentos de DST/Aids, Saúde Mental e Saúde do Trabalhador.

O Ministério da Saúde atua em favor da redução de danos desde o início dos anos 90, quando foram iniciadas ações consistentes com o objetivo de reduzir os danos decorrentes do uso de drogas injetáveis. As estratégias utilizadas foram a distribuição de seringas e agulhas e de material educativo para os usuários de drogas injetáveis. Esta intervenção resultou na diminuição de 62% de casos notificados de Aids nesta população específica entre os anos de 1993 e 2003.

O tratamento de dependentes de álcool e outras drogas também reduz danos associados ao uso destas substâncias. No campo da legislação e oficialização das estratégias de redução de danos como política pública, o Ministério da Saúde aprovou há um ano uma portaria que regulamenta essas ações.

No Maranhão, segundo Patrício Barros, referência no estado para o desenvolvimento de ações de capacitação de profissionais da área da saúde, as estratégias de redução de danos ganharam força nos últimos dois anos com o trabalho conjunto realizado por diferentes setores da SES, fato elogiado e incentivado pelo secretário Edmundo Gomes.

Habilitado pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Patrício Barros, defendeu ainda o envolvimento dos agentes de saúde nas ações desta natureza. “Os agentes é que estão mais próximos da população, por isso, eles podem ser treinados para dar o melhor encaminhamento possível nas questões de redução de danos”, destacou Barros.

Durante os dois dias de curso, os mais de 100 participantes tiveram a oportunidade de receber orientações também sobre Saúde Mental e DST/Aids no Maranhão, Tratamento do Fumante, Protocolo em Saúde do Trabalhador, entre outros.

Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas

Secretaria de Saúde realiza Curso Tratamento de Drogas


Por: Deusimar Teixeira - SES
Data de Publicação: 24 de março de 2008
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Realizado pela Superintendência de Atenção Básica através dos Departamentos de DST/Aids, Saúde Mental e de Atenção à Saúde do Trabalhador e do Idoso, o curso objetiva fornecer aos participantes subsídios conceituais e práticos na redução de danos, DST/Aids e Tabagismo, com vistas a possibilitar sua aplicação no atendimento de saúde prestado à população do Maranhão.

Segundo a Chefe do Departamento de Atenção à Saúde Mental, Cláudia Duarte Pereira, logo após a capacitação, os 47 Caps existentes no Maranhão serão transformados em centros especializados na redução de danos e tabagismo.

Cláudia Duarte explicou ainda que a redução de danos é uma estratégia que visa reduzir os danos à saúde em conseqüência de práticas de risco. No caso de usuários de drogas injetáveis, por exemplo, o objetivo é reduzir os danos daqueles usuários que não podem, não querem ou não conseguem parar de usar drogas injetáveis, e, portanto, compartilham a seringa e se expõem à infecção pelo HIV, hepatites e outras doenças de transmissão parenteral.
O conteúdo programático do curso consta de Saúde Mental e DST/Aids no Maranhão, Tratamento do Fumante, Protocolo em Saúde do Trabalhador Sobre Saúde Mental, entre outros.

Corrupção deixa escolas sem merenda e sem banheiros

A QUESTÃO É QUE NÃO É SÓ CAXIAS, NEM TÃO POUCO SÓ NOS ÚLTIMOS GESTORES. ESSA PRÁTICA É DAS ANTIGAS!!! ALGUÉM DÚVIDA!!!????
CLARO QUE AQUI FICA EVIDENTE A QUESTÃO DA POLITICAGEM!!! AFINAL NÃO FOI SÓ NOS ULTIMOS ANOS QUE FEZ COM QUE O MARANHÃO VENHA A TER/SER UM DOS ÚLTIMOS NOS INDICADORES SOCIAIS.
ESTA REPORTAGEM É UM CONFRONTO A VINDA DO PRESIDENTE BOLIVIANO, NO MARNHÃO, PRINCIPALMENTE POR TER SIDO RECEBIDO PELO DRº JACKSON LAGO, ATUAL GOVERNADOR.

Corrupção deixa escolas sem merenda e sem banheiros

31/03/2008 12:43 Por Eduardo Faustini - Fantástico
[clique no link original, abaixo, para assistir ao vídeo da reportagem]

Na terceira maior cidade do Maranhão, crianças não têm o que comer na escola. E o banheiro delas é o mato. Sem merenda, alunos levam de casa tudo o que têm para o lanche: farinha, óleo e sal. Enquanto isso, a prefeitura compra 22 toneladas de uma carne que não existe. A reportagem é de Eduardo Faustini.

"Queria cadeira, banheiro novo, pia no nosso banheiro, quadro, merenda", enumera Isamara, de 12 anos.

O Fantástico visitou duas escolas de ensino fundamental da zona rural de Caxias, a terceira maior cidade do Maranhão. Nelas, a palavra 'escola' ainda faz sentido por um único motivo: as professoras, os pais e os pequenos alunos acreditam na educação.

Carteira destruída, arteira sem assento, encosto desfolhado, vigas do teto arrebentadas. Para esses brasileirinhos, falta quase tudo. Mas, para fornecedores da prefeitura e empreiteiros contratados pelo município, dinheiro não parece ser um problema.

"A prefeitura paga direitinho?", pergunta o repórter.
"Paga, paga. Aqui o prefeito é bom pagador", ri o engenheiro José Ribamar Serra.

Enquanto isso, ir à aula pode ser muito perigoso. Crianças caminham na beira da estrada. Elas têm pressa.

"A gente tenta chegar cedo, porque se chegar tarde, as cadeiras não prestam", conta Isamara.

Uma aluna precisa sentar no apoio do braço da carteira, colocado no lugar do assento. Para uma outra aluna, o jeito foi apoiar o caderno nas pernas, já que a cadeira não tem braço. Em cada escola, um mesmo galpão é usado por turmas de séries diferentes.

"Às vezes, quando ela canta uma música, os menino também querem prestar atenção. Eu fico parada, enquanto ela termina lá. É assim que a gente faz o nosso trabalho", desabafa a professora Rosilda Maria.

O desconforto marca até a hora de ir ao banheiro, que não passa de um cercadinho de palha. Um luxo, se comparado ao mato usado pela outra escola.

"Para ir ao banheiro tem que ir lá no mato. Não tem banheiro", conta Francisco, 9 anos.

A escola também não tem merenda.

"Eu digo: 'Meus filhos, tragam o que vocês tiverem em casa, uma farinhazinha com açúcar, com um pouquinho de sal, pimentinha-do-reino'", comenta a professora Maria da Felicidade.

"É uma tristeza muito grande ver os filhos passando fome aqui", diz Luzia dos Santos, mãe de alunos.

As duas escolas não têm merenda. Em nota, a prefeitura afirma que pode haver um ou outro caso de colégios que ainda não receberam merenda este ano.

Mas houve um tempo de fartura no município de Caxias, pelo menos, no papel. A prefeitura comprou 22 toneladas de carne em meados de dezembro de 2006. Detalhe: as crianças estavam de férias e a carne tinha de ser consumida em até 60 dias.

O conselho que fiscaliza a merenda questionou a compra. Um ano depois, o prefeito Humberto Coutinho acabou devolvendo o dinheiro. A nota fiscal da compra da carne está em nome de José Cardoso da Silva, conhecido como Zé do Bode.

Zé do Bode é funcionário da Frical, o matadouro e o frigorífico que pertence a Antônio Apolônio, que vem a ser pai do presidente da Câmara dos Vereadores de Caxias. E o Zé do Bode? Ele não aparece na nota fiscal como vendedor da carne?

Antes de se tornar prefeito de Caxias, o então deputado estadual Humberto Coutinho construiu um centro particular de saúde. O centro tinha o único serviço de tomografia computadorizada de Caxias.

Em 2002, o governo do estado comprou do deputado o centro, para transformá-lo em Hospital Universitário. Depois de ter vendido o centro, Humberto Coutinho construiu um dos maiores hospitais particulares do interior do Maranhão. O centro que virou Hospital Universitário nunca foi utilizado pelos estudantes e o tomógrafo sumiu. Um hospital que custou R$ 4,2 milhões ao contribuinte do Maranhão virou um monte de entulho, camas destruídas, leitos empilhados e equipamentos desaparecidos. Procurado pelo Fantástico, o governo do estado afirma que haverá obras e reformas no local.

"O Hospital Universitário nunca funcionou", revela Ronan Nascimento, do centro acadêmico do curso de medicina.

Mas quando fio vendido, estava funcionando. "Funcionando com todos os equipamentos, com todos os materiais, e que foram sendo roubados, foram sendo deteriorados", prossegue Ronan.

O novo hospital do prefeito é particular, mas presta serviços ao próprio município de Caxias, mediante convênio com o Sistema Único de Saúde. O Ministério Público Federal está investigando o contrato e o destino do tomógrafo que, afinal, pertence ao estado.

"A irregularidade seria que o tomógrafo, a partir de 2002, seria do governo do estado e deveria estar sendo utilizado pelo Hospital Universitário. O prefeito, na medida em que ele é dono de parte da Casa de Saúde de Caxias, não poderia ter contratado esse hospital e isso fere o princípio da moralidade administrativa, pois favorece diretamente a ele", acusa o procurador Alexandre Assunção e Silva.

No início da reportagem, mostramos um homem que gosta do prefeito. O nome dele é José Ribamar Serra, que diz ter contratos com a prefeitura.

"Você tem contato com a prefeitura?", pergunta o repórter.
"Temos alguns contratos", afirma José Ribamar.
"De obras?"
"Sim, de obras".

Só que ele admite que é engenheiro da prefeitura há 15 anos. Mas como ele pode ter uma empresa que trabalha para a prefeitura e ao mesmo tempo estar na folha de pagamento do município? Ele usa o genro e uma filha como donos da empresa.

"A empresa botei no nome dele e botei no nome da outra filha", confirma.
"Você é o que da prefeitura?", questiona o repórter.
"Eu sou engenheiro de lá", revela José Ribamar.
"E trabalha há quantos anos na prefeitura?"
"Quinze anos".
"Por ser engenheiro da prefeitura você não pode aparecer?"
"É, não posso aparecer. Tem um outro colega meu que é engenheiro, que coloco como responsável técnico".

Em Caxias, falta merenda escolar e sobra laranja, que não mata a fome desses brasileirinhos.

Link original:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1676968-4005,00.html

29/03/2008

PESQUISA SOBRE DST E AS FARMACIAS DO DF

RESUMO
Pesquisa para investigar práticas, características dos trabalhadores e avaliar efetividade de intervenção educativa foi desenvolvida em setenta farmácias de Brasília e Taguatinga, Brasil, distribuídas em dois grupos; metade das farmácias participou de treinamento sobre DST. Realizou-se 411 visitas de pesquisadores simulando sintomas de DST, que resultaram em: encaminhamento ao médico em cerca de 30% dos atendimentos; indicação de medicamentos em mais de 70% dos atendimentos, embora nas entrevistas apenas 16,4% afirmaram fazê-lo; nenhum tratamento indicado era adequado segundo abordagem sindrômica; recomendações preventivas e tratamento de parceiros foram pouco freqüentes; farmacêuticos recomendaram ida ao médico mais do que balconistas e estes indicaram medicamentos mais do que farmacêuticos. O conhecimento dos trabalhadores sobre DST foi considerado superficial. Após intervenção educativa nenhum dos indicadores apresentou melhora significativa em ambos os grupos. As constatações apontam a necessidade de regulamentação e de intervenção para divulgação de práticas educativas para controle de doenças como as DST e para o uso racional de medicamentos nas farmácias.
Farmácia; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Estudos de Intervenção
ABSTRACT
A quantitative survey was conducted to analyze the type of assistance provided by pharmacy employees for cases of STDs. Simulated customer visits and interviews were conducted in 70 pharmacies in Brasilia and Taguatinga, Brazil, randomly assigned to two groups, one of which participated in educational activities on STDs. There were 411 simulated client visits to the pharmacies, with the following results: recommendation to seek medical care in 30% of cases, while in 70% of cases the pharmacy employees themselves recommended some drug treatment (although only 16.4% admitted to such practice). None of these suggested treatments was appropriate, based on the syndromic approach. Recommendations for prevention and treatment of partners were rare. Pharmacists recommended consulting a physician more frequently than attendants, and the latter recommended medicines more frequently than the former. Pharmacy workers had only superficial knowledge of STDs. After an educational intervention, none of the indicators showed a significant improvement in either group. The observations point to the need for regulation and intervention to publicize educational practices for the control of diseases like STDs and for the rational use of medicines in pharmacies.
Pharmacy; Sexually Transmitted Diseases; Intervention Studies


Introdução
A atenção à saúde envolve práticas abrangentes, visto que o conceito de saúde vai além da ausência de doença. Nessas práticas insere-se a assistência farmacêutica, incluindo os medicamentos e seus serviços que são elementos indispensáveis aos programas de saúde. Mesmo aceitando-se a função limitada dos medicamentos, reconhece-se que a sua disponibilidade e uso racional são elementos críticos para a saúde. Além da importância para a efetividade das ações de saúde, nos países em desenvolvimento, os medicamentos representam o segundo maior gasto do governo com saúde, depois das despesas com pessoal 1.
Desde a década de 70, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado aos países membros a formulação de políticas de saúde que racionalizem e estendam os serviços de atenção à saúde e de políticas de medicamentos que orientem para: a garantia de acesso a medicamentos essenciais, seguros e eficazes; a implementação de medidas de regulamentação da produção, comercialização e utilização dos medicamentos; e a orientação das práticas profissionais visando ao uso racional de medicamentos. Entre as estratégias para a promoção do uso racional de medicamentos a OMS aponta a educação formal e permanente em farmacoterapia da equipe de saúde; o controle da promoção e publicidade de medicamentos; o controle e orientação da prescrição, principalmente, dos medicamentos que apresentam maior risco; e o controle do registro, comercialização e dispensação de medicamentos 2. Muitos países, seguindo essa recomendação, têm elaborado políticas de medicamentos e alcançado progressos com relação à ampliação do acesso a medicamentos essenciais e regulamentação do setor farmacêutico.
No entanto, áreas como a qualidade da prescrição, vendas no varejo e uso irracional de medicamentos pelos consumidores nem sempre são enfatizados. Existem sempre razões racionais para o uso irracional de medicamentos e estas razões precisam ser conhecidas para melhor definição das estratégias de controle 1. Entre as causas do uso irracional estão a falta de conhecimento e de informação independente dos profissionais de saúde; regulamentação permissiva da promoção e publicidade de medicamentos; disponibilidade sem restrição dos medicamentos no mercado e vendas de medicamentos baseadas no lucro 3. Além dos interesses econômicos, políticos e fatores estruturais, os padrões de uso de medicamentos numa sociedade são influenciados, também, pelos aspectos interpessoais presentes nas relações entre profissionais e usuários do sistema de saúde e pelas percepções, valores culturais e crenças que determinam as atitudes individuais com relação à busca de solução para os problemas de saúde 4.
As conseqüências sanitárias e econômicas do uso irracional de medicamentos são relevantes, e entre elas cita-se a perpetuação e complicações das doenças, o sofrimento desnecessário e mortes, a manutenção da cadeia de transmissão das doenças, o aumento da incidência de reações adversas a medicamentos e admissões hospitalares. Esses fatores conduzem a um aumento dos gastos com saúde, individuais e coletivos, e a uma diminuição da credibilidade dos serviços e dos profissionais de saúde.
A valorização da farmacoterapia como principal alternativa para a recuperação da saúde também é considerada fator estimulador do uso irracional de medicamentos. Esse fenômeno é decorrente da modificação dos hábitos de consumo e das práticas dos profissionais, das instituições de saúde, bem como, das farmácias, resultante da expansão do mercado farmacêutico que promoveu uma estratégia de criação de novas necessidades de consumo 5. A promoção de medicamentos para consumidores e vendedores no varejo tem-se tornado um importante componente das estratégias de mercado dos fabricantes, e é estimado que um terço dos rendimentos da indústria farmacêutica é aplicado em promoção e publicidade, representando cerca do dobro do que é empregado em pesquisa 1.
O afastamento do farmacêutico da prática de orientação e seguimento dos usuários de medicamentos nas farmácias, aliado ao excessivo investimento em publicidade pela indústria farmacêutica direcionada aos prescritores e consumidores, bem como o incentivo por meio de brindes e prêmios aos responsáveis pelas vendas no varejo e a falta de controle legal sobre as vendas criaram um terreno fértil para o uso desnecessário de medicamentos no Brasil. A publicidade influencia cada vez mais os hábitos de prescrição e consumo e criam demandas definindo as condições e doenças que precisam de tratamento, promovendo a idéia de que os medicamentos representam a melhor opção em oposição a terapias não medicamentosas, e enfatizando a sua eficácia e minimizando os seus riscos 5.
Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia (http://www.cff.org.br), existem no Brasil cerca de 52.599 farmácias privadas, sendo 16,4% de propriedade de farmacêuticos. O setor privado é o principal responsável pelo fornecimento de medicamentos à população brasileira (76%), sem reembolso 6. A comercialização de medicamentos no varejo possui algumas características que a diferenciam da maioria dos países desenvolvidos, como: a possibilidade de abertura de farmácias por leigos, independente de sua formação e da quantidade de estabelecimentos que já possuam; ausência de critérios demográficos e de distância para a abertura de estabelecimentos, o que gera concorrência acirrada nos grandes centros; e ausência de exigência de qualificação para exercer a função de atendente em farmácias.
Nesse cenário, a automedicação e a indicação de medicamentos que envolvem risco à saúde, cuja venda pressupõe a apresentação de uma receita, tornou-se uma prática comum, mesmo em caso de doenças que necessitam de exames clínicos e laboratoriais para o seu diagnóstico, como é o caso das doenças sexualmente transmissíveis (DST) 7,8,9.
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo investigar e discutir as práticas de comercialização de medicamentos dos trabalhadores de farmácias da rede privada do Distrito Federal e avaliar a efetividade de uma intervenção educativa enfocando as DST sobre este grupo.

Métodos
Desenvolveu-se estudo de intervenção, tendo como unidade de pesquisa farmácias privadas de duas cidades do Distrito Federal: Brasília e Taguatinga. Em 2004 existiam nessas cidades 283 farmácias privadas, conforme registros do Conselho Regional de Farmácia. Foram selecionadas de forma aleatória sistemática setenta farmácias para participação no estudo e alocadas aleatoriamente em grupo intervenção e grupo controle. A amostra foi definida por cálculo estatístico 10,11, considerando-se os valores para alfa de 0,05 e com poder igual a 80%, chegou-se ao número de 35 farmácias por grupo para se detectar diferença de proporção dos indicadores antes e depois de uma intervenção educativa de, pelo menos, 20%. Farmácias pertencentes à mesma rede foram alocadas no mesmo grupo para evitar contaminação, e farmácias magistrais e da rede pública não participaram deste estudo.
A proposta de intervenção educativa deste trabalho partiu da premissa de que pessoas com queixas de DST, muitas vezes, buscam orientação e tratamento nas farmácias e não em serviços de saúde, inferida de estimativas da OMS e de estudos realizados por pesquisadores brasileiros 7,8,12.
As farmácias do grupo de intervenção foram convidadas a participar de uma atividade educativa com duração de três dias. Essa atividade constava de palestras interativas e participativas, seguidas de debates enfocando aspectos epidemiológicos, clínicos e preventivos das DST, antibioticoterapia, conseqüência de tratamentos inadequados, bem como os aspectos legais e éticos relacionados às atividades de dispensação e venda de medicamentos nas farmácias. Foram também realizadas oficinas interativas e lúdicas sobre sexo seguro, comportamentos de risco, como orientar a prevenção de DST e problematização da dispensação de medicamentos e do papel dos profissionais das farmácias. Os objetivos principais eram melhorar os conhecimentos dos trabalhadores das farmácias sobre as DST e a qualidade das orientações preventivas oferecidas a possíveis portadores destas doenças e despertar a atenção para a necessidade de encaminhamento dos portadores para atendimento em unidades de saúde.
As DST foram escolhidas como tema da investigação e da intervenção educativa por se destacarem como doenças infectocontagiosas de grande incidência e transmissibilidade na população brasileira e no Distrito Federal 13. Foram também escolhidas por possibilitarem uma fácil simulação padronizada de sintomas para a coleta de dados pelo método do cliente simulado e avaliação de mudança nas práticas dos atendentes das farmácias.
Foi elaborado material educativo sobre o tema para ser distribuído aos participantes da intervenção educativa, composto de um cartilha para farmacêuticos e outra para proprietários e balconistas, sistematizando o conhecimento sobre DST e enfocando orientações educativas e preventivas. Participaram da elaboração professores da Universidade de Brasília da área de farmácia comunitária, profissionais da saúde da Gerência de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, farmacêuticos dos Conselhos Federal e Regional de Farmácia do Distrito Federal e farmacêuticos de drogarias. O material foi submetido à apreciação de trabalhadores da rede comercial que apresentaram suas sugestões e críticas. Houve a preocupação com os aspectos didáticos do material de forma a ser atrativo, de fácil leitura e com conteúdo completo e atualizado.
Para avaliação da efetividade da intervenção educativa utilizou-se visitas de clientes simulados (Simulated Client Method) conforme Hardon et al. 1 e Madden et al. 14 para avaliação das práticas dos trabalhadores das farmácias diante de um pesquisador simulando sintomas de DST. Os clientes simulados foram vinte estudantes de farmácia de Brasília, do sexo masculino, com idades entre 18 e 26 anos, após treinamento e aplicação de um pré-teste. O sintoma padronizado, simulado pelos pesquisadores nas visitas as farmácias, era de secreção uretral com sensação de ardência ao urinar, para verificar as possíveis orientações. As recomendações recebidas eram registradas, imediatamente, em formulário próprio. Cada farmácia foi visitada por três pesquisadores diferentes, três meses antes da atividade educativa e por três pesquisadores três meses depois. Esses pesquisadores não sabiam se a farmácia pertencia ao grupo intervenção ou ao grupo controle.
As visitas dos clientes simulados buscavam conhecer os seguintes indicadores-chave: porcentagem dos atendimentos que resultavam em encaminhamento do possível portador de DST para tratamento em um serviço de saúde; porcentagem dos atendimentos com indicação de medicamentos; indicação de medicamentos por categoria profissional; porcentagem dos atendimentos com orientação referente ao tratamento dos(as) parceiros(as) sexuais e orientação quanto ao uso de preservativos. Foram também avaliadas as perguntas e recomendações feitas ao cliente simulado, os medicamentos mais indicados e se o tratamento indicado era adequado conforme o fluxograma de tratamento pela abordagem sindrômica. Segundo essa recomendação, em situações em que não se realiza diagnóstico diferencial, deve-se tratar, simultaneamente, as infecções causadas por Neisseria e Chlamydia 13.
Para se conhecer as variáveis relativas às características dos trabalhadores das farmácias, avaliar e comparar o seu grau de conhecimento a respeito de DST, bem como, a composição de seus salários e o tipo de treinamentos mais freqüentes que recebiam, foram feitas entrevistas semi-estruturadas, quatro meses antes e quatro meses depois da intervenção. Eram convidados a participar livremente da entrevista todos os trabalhadores que efetuavam vendas e atendimento aos usuários nas farmácias visitadas.
Os dados obtidos no trabalho de campo foram transferidos para o programa SPSS versão 10.0 (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos). Foram comparados os resultados entre os dois grupos de farmácias e as possíveis modificações que ocorreram após a intervenção educativa, avaliando-se a freqüência das recomendações e o grau de conhecimento em relação às DST por meio do teste estatístico do c2. Para a comparação entre as recomendações por diferentes categorias profissionais usou-se a razão de prevalência (RP). Utilizou-se como nível de significância p < 0,05.
A pesquisa se desenvolveu em parceria com a Gerência de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal e recebeu recursos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por meio do Programa Nacional de DST e AIDS (PNDST/AIDS) do Ministério da Saúde. Teve, também, o apoio dos Conselhos Federal e Regional de Farmácia do Distrito Federal.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal pelo parecer nº. 074/2003, e todos os sujeitos envolvidos na pesquisa participaram livremente e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados
A intervenção, que constou de um conjunto de atividades educativas, palestras, debates e oficinas, contou com a participação de 78 trabalhadores de farmácias. Todos os funcionários que efetuavam vendas de medicamentos nas 35 farmácias do grupo intervenção foram convidados, 22 farmácias se inscreveram e 18 participaram do ciclo completo, com uma média de 2,8 funcionários por estabelecimento, incluindo farmacêuticos, gerentes e balconistas. Ao final, as 18 farmácias que participaram da intervenção educativa compuseram o grupo intervenção. As 17 farmácias do grupo intervenção que não participaram do curso foram incorporadas ao grupo controle, totalizando 52 farmácias neste grupo.
Ao final da atividade foi feita uma avaliação do evento por meio de um questionário, padronizado pela Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal. Dos 78 participantes, 19 devolveram o questionário de avaliação, sendo que, 17 (89,5%) avaliaram o local como ótimo; 16 (84,2%) avaliaram o desempenho dos instrutores, a organização do curso e o material didático como ótimos; 15 (79%) avaliaram o conteúdo apresentado como ótimo; e 18 (94,7%) responderam que, após o treinamento, sentem-se capazes de orientar corretamente o uso de preservativos. Foi verificada uma baixa taxa de participação na avaliação por falta de divulgação da necessidade de devolução dos questionários inseridos nas pastas entregues no primeiro dia do evento.
Para se conhecer as práticas das farmácias e avaliar o impacto da intervenção educativa, foram realizadas 411 visitas de clientes simulados as 70 farmácias, 205 no pré-teste e 206 no pós-teste, assim distribuídas: 54 e 52 visitas ao grupo intervenção e 151 e 154 ao grupo controle. Nos dois grupos, considerando-se as duas etapas de coleta de dados, 221 (53,8%) atendimentos foram feitos por balconistas; 73 (17,8%) foram feitos por farmacêuticos; os 117 (28,5%) atendimentos restantes foram feitos por trabalhadores não identificados.
Os resultados obtidos nas visitas de clientes simulados encontram-se sumarizados na Tabela 1.
Observa-se que a proporção de atendimentos que resultaram em orientação para procurar um serviço de saúde, para o tratamento de parceiros sexuais e para o uso de preservativos, foi baixa nos dois grupos de farmácias e não apresentou diferença significativa depois da intervenção educativa. A recomendação predominante foi a indicação de medicamentos, também não apresentando melhora ou mudança significativa nos dois grupos de farmácias.
Para comparar as recomendações por diferentes categorias profissionais utilizou-se o cálculo da RP. Observou-se que antes da intervenção, nas farmácias do grupo intervenção, os farmacêuticos recomendavam a busca de serviços de saúde 4,2 vezes mais do que os balconistas, com RPpré-teste = 4,2 (2,54-7,03; p = 0,00001). Após a intervenção, eles recomendaram 2 vezes mais, ainda com diferença estatística significante. Encontrou-se RPpós-teste = 2 (1,05-3,32; p = 0,043). A mesma tendência foi observada no grupo controle com RPpré-teste = 3,7 (2,03-6,85; p = 0,000031) e RPpós-teste = 1,8 (0,80-3,94; p = 0,2).
No pré-teste os balconistas recomendavam o uso de medicamentos com freqüência significativamente maior do que farmacêuticos, porém a intervenção educativa realizada não se mostrou capaz de melhorar significativamente este indicador em ambas as categorias. No grupo intervenção foram encontradas as seguintes RP: RPpré-teste = 2,1 (1,46-2,95; p = 00001) e RPpós-teste = 1,3 (0,93-1,70; p = 0,07). No grupo controle encontrou-se RPpré-teste = 2 (1,30-2,95; p = 0,00012) e RP = 1,31 (0,89-1,92; p = 0,08).
Nos dois grupos de farmácias, considerando-se o pré e o pós-teste, foram feitas 411 visitas de clientes simulados, das quais 300 (72,9%) resultaram em indicação de 455 medicamentos, com uma média de 1,5 medicamento por indicação. Foram indicados 66 tratamentos corretos para gonorréia e 22 tratamentos corretos para infecção por Chlamydia, porém nenhum tratamento indicado tratava as duas infecções simultaneamente como é recomendado pelo fluxograma da abordagem sindrômica.
Considerando-se apenas as farmácias do grupo intervenção, foram indicados 1,05 medicamento por visita no pré-teste e 1,09 medicamento por visita no pós-teste, não se observando, portanto, diminuição da indicação após a intervenção educativa. Os medicamentos mais indicados foram: ampicilina + probenecida (n = 96), azitromicina (n = 59), norfloxacino (n = 87), cloridrato de fenazopiridina (n = 25), ciprofloxacino (n = 21) e fluconazol (n = 13), diuréticos (n = 2), entre outros.
Nos dois grupos de farmácias, as recomendações mais freqüentes foram para não tomar bebida alcoólica durante o tratamento (n = 19); não comer carne de porco (n = 10); não comer pimenta (n = 6) e ir ao médico se os sintomas não desaparecessem (n = 6). As perguntas mais freqüentes foram sobre quando ocorreu a última relação sexual; sobre a utilização de preservativos; quando apareceram os sintomas e sobre o aspecto da secreção.
Após as visitas dos clientes simulados, as farmácias foram novamente visitadas por pesquisadores, que entrevistaram 123 trabalhadores no pré-teste e 115 no pós-teste. Apenas 9 farmácias (12,8%) eram de propriedade de farmacêuticos e no momento da entrevista apenas 44,8% das farmácias contavam com a presença do farmacêutico-responsável. Os farmacêuticos representavam 20,3% dos entrevistados no pré-teste e 15,7% no pós-teste, o restante eram balconistas e proprietários; 47,6% dos farmacêuticos e 78,8% dos balconistas e proprietários eram do sexo masculino. A média de idade dos entrevistados foi de 33,4 anos (±10,4) no pré-teste e de 32,1 anos (±9,5) no pós-teste; o tempo médio de trabalho naquela função era de 9,6 anos (±8,2) e de 9,2 (±8,1), respectivamente.
Quanto ao tipo de remuneração, todos os farmacêuticos afirmaram receber salário fixo; entre os outros trabalhadores, 20,3% afirmaram receber salário fixo, 48% recebiam comissões sobre as vendas e 31,7% não quiseram responder. A escolaridade dos entrevistados, exceto farmacêuticos, apresentou os resultados descritos na Figura 1.
No universo de 238 entrevistados, buscou-se verificar a freqüência de realização de treinamentos. Os cursos mais citados pelos entrevistados foram o de aplicação de injetáveis (n = 30) e sobre técnicas de vendas (n = 31). Os laboratórios farmacêuticos encontram-se como principais ministrantes desses cursos (n = 39), seguidos do Serviço Social do Comércio (SESC), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e da própria empresa. Alguns participantes (n = 65) relataram já ter participado de cursos sobre DST ministrados, principalmente, pela rede regular de ensino nos conteúdos de cursos de segundo grau e por laboratórios farmacêuticos (n = 8).
No que se refere à pergunta sobre se os antibióticos fossem vendidos apenas com receita médica, 15 (12,2%) disseram que afetaria muito seu salário. Quando perguntados sobre quais medicamentos rendem maiores comissões sobre as vendas, as respostas foram: antibióticos (n = 37), analgésicos (n = 29), medicamentos utilizados para tratar os sintomas de gripe (n = 22), antiinflamatórios (n = 21), anti-hipertensivos (n = 17), entre outros.
No pré-teste, 85 (70,2%) entrevistados afirmaram existir em sua farmácia um local privativo para conversar de forma reservada com os pacientes; no entanto, todas as entrevistas foram realizadas no balcão, mesmo com a solicitação dos pesquisadores de fazê-las em ambiente privativo.
No pré e pós-teste, o roteiro de entrevista continha perguntas abertas para avaliar o grau de conhecimento dos trabalhadores das farmácias sobre DST e apresentavam múltiplas possibilidades de respostas; por este motivo foram agrupadas de acordo com a idéia expressa e classificadas como satisfatórias ou insatisfatórias e foram comparadas conforme expresso na Tabela 2.
Na análise das respostas, verificou-se que muitas delas, embora corretas, revelaram no conjunto um conhecimento superficial sobre o tema. Os mais baixos níveis de conhecimento apareceram nas respostas sobre alternativas para prevenção de DST, com menos da metade das respostas satisfatórias nos dois grupos de farmácias, não tendo sido verificada diferença significativa após a intervenção educativa. Durante a entrevista, quando perguntados sobre como as DST podem ser prevenidas, a maioria dos entrevistados citou apenas o uso de preservativos como possível medida preventiva. Isso pode indicar um desconhecimento sobre outras formas de transmissão das DST (transfusional e vertical, de mãe para filho) e sobre a necessidade de outras recomendações preventivas, como tratamento de parceiros e evitar novos contatos antes da cura completa. O conhecimento sobre as conseqüências de um tratamento inadequado para DST, também se mostrou pouco diversificado, apontando principalmente a volta dos sintomas.
Nos dois grupos de farmácias, nas duas etapas da coleta de dados, nas 238 entrevistas, 157 respondentes (65,9%) afirmaram que recomendam a um possível portador de DST a procura de um serviço de saúde, não tendo sido verificada modificação significativa no pós-teste em nenhum dos grupos; 39 (16,4%) afirmaram recomendar um tratamento farmacológico e 19 (7,9%) disseram que recomendam medicamentos e se não melhorar, procurar um médico.

Discussão
Os resultados obtidos nesta pesquisa tornaram possível uma avaliação da qualidade da assistência prestada em uma amostra de farmácias da rede privada de duas importantes cidades do Distrito Federal, e a utilização de clientes simulados pôde evidenciar as práticas dos trabalhadores das farmácias do ponto de vista do usuário quanto ao atendimento de uma queixa de DST.
Os indicadores utilizados para avaliar a qualidade do atendimento a um possível portador de DST mostraram: resultados insatisfatórios, alta porcentagem de indicação de medicamentos, baixa freqüência de encaminhamento a um serviço de saúde e de orientações preventivas, bem como melhora insignificante nos conhecimentos dos trabalhadores. No presente estudo, a avaliação de uma experiência de intervenção educativa específica para atendimento a DST, apesar dos cuidados para que o conteúdo fosse adequado e abrangente, não demonstrou haver modificação das práticas dos trabalhadores.
Diferentemente do que os trabalhadores afirmaram fazer diante de um possível portador de DST, a constatação foi de que a prática mais comum era a indicação de antibióticos. Nas entrevistas, apenas 16,4% dos entrevistados confirmaram essa conduta, porém, na prática a indicação de medicamentos foi recomendada em mais de 70% das visitas dos clientes simulados.
Outra constatação negativa foi a inadequação dos tratamentos sugeridos e o despreparo dos trabalhadores para o acolhimento e orientações preventivas para possíveis portadores de DST, como o uso de preservativos e o tratamento dos parceiros. Esses resultados mostram-se de acordo com as estimativas da OMS e com estudos semelhantes conduzidos em outras regiões do Brasil, como Campo Grande (Estado do Mato Grosso do Sul) com 67,6% dos atendimentos resultando em indicação de medicamentos 7, e Ribeirão Preto (Estado de São Paulo) com 70,8% 8.
Os cuidados com a amostragem e a seleção aleatória das farmácias buscaram proporcionar validade aos resultados, porém, não permitem afirmar que essa representatividade vá além das duas cidades. No entanto, estudos que investigam o cenário da comercialização de medicamentos no Brasil sugerem que as motivações para busca de tratamento nas farmácias, as práticas e as atitudes dos trabalhadores são muito semelhantes em outras regiões brasileiras 7,8,9,15,16.
Uma outra questão que teria implicação analítica importante é o fato de o grupo de 17 farmácias inicialmente selecionadas para o grupo intervenção terem sido alocadas no grupo controle por não terem participado da atividade educativa. Essa auto-exclusão poderia ter introduzido no grupo controle um subgrupo com características diferentes das farmácias selecionadas aleatoriamente, com conseqüente possibilidade de vieses sistemáticos. No entanto, as semelhanças nos resultados dos indicadores entre os grupos intervenção e controle e entre a situação pré e pós-teste sugerem que as mudanças foram modestas, contribuindo apenas para a perda de poder para detecção de mudanças no grupo intervenção.
A indicação de medicamentos se mostrou mais freqüente entre balconistas do que entre farmacêuticos; a recomendação de procura a um serviço de saúde também foi mais freqüente nos atendimentos feitos por farmacêuticos. Fato semelhante foi observado por outros pesquisadores brasileiros com relação a outras enfermidades, em que a presença do farmacêutico é um fator determinante para o adequado encaminhamento de pacientes que procuram orientação terapêutica 7,15.
Pesquisas utilizando clientes para avaliar a efetividade de intervenções educativas em que os trabalhadores das farmácias foram orientados sobre alternativas que envolviam a orientação para venda de medicamentos de livre comercialização, como o soro para reidratação oral, mostraram maior impacto e melhor assimilação pelos participantes do que intervenções que apontam para a não-indicação de medicamentos. Mostraram, também, que os conhecimentos mudam mais facilmente que as práticas. Estudos dessa natureza são relatados por pesquisadores nacionais e internacionais, sugerem que é mais difícil modificar práticas sem apoio institucional ou legal ou quando se contrariam interesses econômicos dos proprietários e dos próprios trabalhadores das farmácias 1,16,17,18. Em semelhança ao observado na presente pesquisa, um fenômeno verificado em vários países do mundo é que na ausência de regulamentação efetiva da publicidade e do consumo de medicamentos, as intervenções de promoção do uso racional têm sempre impacto limitado 1.
Diversas pesquisas têm demonstrado a limitação das intervenções no campo da saúde no sentido de promover mudanças efetivas no grau de conhecimento e nas atitudes que não se traduzem, necessariamente, em mudanças comportamentais. Esse fenômeno é bastante estudado como attitude-behavior gap, principalmente com relação a comportamento sexual, hábitos alimentares e tabagismo 19. Não se desconhece que as práticas e atitudes dos trabalhadores das farmácias são resultantes de múltiplos fatores e que as atitudes e comportamentos nem sempre são determinados apenas pelos conhecimentos.
Porém, a realização de uma intervenção educativa, mesmo que limitada e não efetiva, se justifica para excluir a falta de conhecimentos como explicação para as práticas inadequadas. Pode-se daí inferir que as motivações possam ter outras motivações, como por exemplo, as pressões de mercado e ser influenciada por valores culturais associados à visão da farmácia no Brasil como estabelecimento comercial. Os achados podem apontar para a necessidade de intervenções mais abrangentes, envolvendo regulamentação e maior fiscalização do setor, mudanças na visão do medicamento como bem de consumo, exigência de qualificação dos trabalhadores que lidam com fornecimento de medicamentos no Brasil e o estabelecimento de formas mais éticas de remuneração.
Analisando-se as entrevistas, pode-se verificar a falta de exigência sistemática para qualificação dos balconistas de farmácias, a baixa qualificação dos trabalhadores e a baixa freqüência de realização de treinamentos. Outra constatação foi a presença dos laboratórios farmacêuticos como formadores desses trabalhadores, não apenas na área de vendas, como também em assuntos específicos como as DST.
As perguntas para avaliar o grau de conhecimento dos trabalhadores sobre DST eram abertas e apresentavam múltiplas possibilidades de respostas; muitas dessas respostas, embora corretas, revelaram no conjunto um conhecimento superficial sobre o assunto. Os mais baixos níveis de conhecimento apareceram nas respostas sobre alternativas para prevenção de DST, com menos da metade das respostas satisfatórias nos dois grupos de farmácias, não tendo sido verificada diferença significativa após a intervenção educativa. O tempo médio de permanência na função de balconista foi superior a nove anos, demonstrando que o desempenho desta atividade não é passageiro; no entanto, apesar da experiência, pelas práticas e pelas recomendações verificadas, observa-se um despreparo para o desempenho da função.
Após a intervenção educativa, apesar de terem sido verificadas pequenas melhoras nas respostas sobre o conhecimento dos trabalhadores, essas diferenças não foram significativas, apresentando-se, também, no grupo controle. Esse fenômeno pode ser atribuído à não efetividade da intervenção educativa, como também a outros fatores como a rotatividade de funcionários, visto que a entrevista ocorreu quatro meses depois do ciclo de palestras e, também, a cursos e treinamentos paralelos, possivelmente, oferecidos por laboratórios farmacêuticos.
Segundo Merchán-Hamann, 20, entre os fatores que podem determinar o insucesso nos processos de educação em saúde estão a ênfase nos comportamentos observáveis e a falta de preocupação com o ambiente macrossocial, que compreende tanto as estruturas objetivas e as relações materiais derivadas dos processos econômicos e sociais, quanto às estruturas simbólicas construídas pela cultura. Para o pesquisador, os comportamentos não são fenômenos objetivos, e sim portadores de importantes relações de poder decorrentes de fatores como a estrutura sócio-econômica e a construção cultural.
Ao analisar práticas de educação em saúde, Stotz 21 ressalta, ainda, a importância de não se atribuir apenas aos indivíduos a responsabilidade sobre a geração dos problemas de saúde, negligenciando a origem social, cultural e econômica deste problema. O âmbito de ação das intervenções de educação em saúde envolveria, também, o Estado e a intervenção deste, por meio de medidas legais, normativas e outras, para obter modificação efetiva de práticas dos profissionais de saúde, da comunidade e das condições de saúde. Esse processo envolveria, ainda, a necessidade do desvendamento da rede de determinação social do problema, como uma das formas de direcionamento das transformações no campo da saúde, bem como de persuasão dos grupos sociais a respeito da intervenção e dos rumos da atenção à saúde.
A baixa qualidade da orientação prestada a possíveis portadores de DST nas farmácias e a indicação de medicamentos não devem ser vistas, portanto, como resultantes apenas de um conhecimento superficial sobre as DST. Essas práticas tendem a reproduzir os conceitos e objetivos do mercado farmacêutico com relação ao valor central dos medicamentos no processo de recuperação da saúde e na falta de critérios para sua utilização. Conforme Bourdieu & Passeron 22, de um modo geral, as práticas dos trabalhadores são portadoras dos sinais característicos da sociedade onde são realizadas, carregando em si, o sistema de idéias dominantes nesta sociedade, o qual se apresenta como aceito pela totalidade dos grupos sociais, ainda que em situação de conflito ou de oposição.
Em analogia, as práticas dos trabalhadores das farmácias parecem refletir as estratégias de marketing da indústria farmacêutica, a visão da farmácia como estabelecimento meramente comercial, os interesses comerciais dos proprietários e a falta de qualificação exigida para os atendentes de farmácia no Brasil. Pode-se acrescentar os hábitos culturais e as expectativas dos usuários das farmácias com relação à busca de uma solução rápida para seus problemas de saúde, que geralmente não é encontrada nos serviços de saúde. Portanto, alterar essas práticas envolveria mudanças profundas nas estratégias de mercado, nas normas de regulação do setor, na qualidade dos serviços de saúde e nos hábitos culturais de consumo de medicamentos dos usuários.
O não alcance de efetividade da intervenção educativa na presente pesquisa não deve diminuir a sua importância, visto o seu potencial de iniciar uma ampla discussão entre órgãos reguladores, setor de comercialização, universidades formadoras de farmacêuticos, entidades de classe e representantes de usuários. Dessa discussão devem surgir propostas ou estratégias para que se encontrem formas de melhorar as práticas dos trabalhadores das farmácias com repercussão positiva sobre a saúde e sobre o uso abusivo e indiscriminado de medicamentos que envolvem riscos para saúde. Essas práticas devem ser orientadas pelo valor maior da saúde do usuário e não simplesmente do lucro.
A pesquisa sugere que, no atual contexto brasileiro, em que as demandas por atenção à saúde não são plenamente atendidas, deve-se considerar a importância e a extensão da rede de serviços representada pelas farmácias comunitárias como porta de entrada das demandas de saúde da população e como local de intervenção para divulgação de práticas educativas em saúde e de campanhas para promover o uso racional de medicamentos. Deve-se reconhecer, ainda, que o farmacêutico é, em todo o mundo, o profissional de saúde mais acessível à população em geral e pode assumir grande importância como educador em saúde e como elo entre os usuários e os serviços de saúde.

Colaboradores
J. O. S. Naves foi responsável pela concepção e execução da pesquisa, condução da análise dos resultados e redação do artigo. L. L. C. Castro colaborou na condução da pesquisa, na análise dos resultados e na revisão crítica do artigo. G. F. Melo e A. Giavoni contribuíram na análise estatística e interpretação dos achados. E. Merchán-Hamann colaborou na condução da pesquisa, na análise dos resultados, na redação e revisão crítica do artigo.

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Correspondência: J. O. S. Naves Faculdade de Ciências da Saúde Universidade de Brasília Campus Darcy Ribeiro Asa Norte, Brasília, DF 70910-900, Brasil janethnaves@unb.br
Recebido em 25/Jul/2006 Versão final reapresentada em 27/Ago/2007 Aprovado em 05/Set/2007

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DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PROBLEMA BIOLÓGICO, PSICOLÓGICO OU SOCIAL? Mota LA. São Paulo: Paulus; 2007. 84 pp. (Coleção Questões Fundamentais da Saúde, 12).

DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PROBLEMA BIOLÓGICO, PSICOLÓGICO OU SOCIAL? Mota LA. São Paulo: Paulus; 2007. 84 pp. (Coleção Questões Fundamentais da Saúde, 12).
ISBN: 978-85-349-27
O consumo de substâncias psicoativas é uma característica comum a populações da maioria dos países, inclusive a do Brasil, sendo o tabaco e o álcool as mais utilizadas. Muitas variáveis (ambientais, biológicas, psicológicas e sociais) atuam simultaneamente para influenciar a tendência de qualquer pessoa vir a usar drogas e isto se deve à interação entre o agente (a droga),o sujeito (o indivíduo e a sociedade) e o meio (os contextos sócio-econômico e cultural).
Existe no mundo extensa produção bibliográfica sobre questões relacionadas às drogas (psicológicas, sociais, educacionais, políticas, sanitárias, econômicas e religiosas), popularmente conhecidas como drogas lícitas e ilícitas. A partir do século XX, essas publicações se intensificaram. Várias foram as razões para isso. O avanço científico e tecnológico, o conhecimento armazenado, a gama de tratamentos existentes, o envolvimento de muitas áreas do conhecimento com essa temática, a alta prevalência de pessoas envolvidas (portadores de dependência, narcotraficantes, crianças, adolescentes, adultos ou idosos). As reflexões sobre essas questões ocupam grande parte da atenção dos estudiosos. Embora esses estudos representem boa bagagem na produção de conhecimento, ainda se fazem necessárias mais pesquisas para a melhor compreensão da complicada relação entre as drogas e o homem. Ainda que tenhamos uma significativa produção intelectual sobre substâncias psicoativas, somos um tanto acanhados na compreensão deste fenômeno, que muito bem é articulado na obra de Leonardo de Araújo e Mota.
Parafraseando Conte 1, pergunta-se: qual o campo em que se situam as drogas? A resposta é muito variada e heterogênea, tanto pelas disciplinas e ciências que se ocupam da área das substâncias psicoativas em relação ao uso de drogas, bem como pelos diferentes lugares que a droga ocupa na vida física, psíquica, legal e social do usuário e da comunidade. O uso de drogas situa-se em uma encruzilhada temática. O fenômeno diz respeito ao campo sociológico, médico, psicológico, jurídico, etimológico, psicanalítico, educacional, familiar e o religioso. Na pluralidade das interfaces desses campos é que o fenômeno da droga se situa. Sendo assim, cada lócus desse campo questiona e toma para si esse fenômeno em nome de alguma verdade que postula, oferecendo as mais diversas soluções 2. É com essa perspectiva em vista que o autor desenvolve seu trabalho, "Dependência Química: Problema Biológico, Psicológico ou Social?".
Mota é graduado em Ciências Sociais, professor universitário e doutorando em sociologia (Universidade Federal do Ceará); procura fomentar a discussão sobre a origem do problema das drogas em relação ao homem. Trata-se de um livro que "fala as questões das drogas e não a questão das drogas". Nesse sentido, estimula a reflexão para a causa (etiologia) do uso de substâncias psicoativas tanto para os profissionais da área da saúde, educação, segurança, ciências sociais quanto para o mundo acadêmico e outros que se interessem por esta temática.
Mota critica em seu livro o reducionismo de muitas teorias que tentam ditar suas "verdades" sobre a etiologia da relação entre o uso de drogas e o homem. Escreve o autor, "entre os saberes psicológicos não existe uma teoria geral das dependências" (p. 29). É preocupação constante a questão da "eugenia ou da higienização social" que utilizaria as drogas para desencadear uma nova corrida às tendências de produzir um cenário à seleção artificial dos indivíduos mais aptos. O autor aponta que o uso de drogas vem como uma panacéia, ou seja, o remédio para todos os males. A proposta do livro é justamente uma investigação sobre a etiologia das drogas. O autor elege a dimensão do modelo biopsicossocial o mais apropriado para esse fim, e argumenta que é necessário um tratamento interdisciplinar para a investigação desse fenômeno que é ao mesmo tempo biológico, psicológico e social, como lócus para compreender "as questões das drogas versus o homem".
Para poder tecer seus argumentos, Mota divide sua obra, além da introdução e conclusão, em cinco capítulos. O primeiro define o que é droga e traça uma breve revisão do termo. O segundo versa sobre a biologia das drogas da eugenia às neurociências, traz à tona as concepções teóricas sobre a etiologia de causa e as ciências biológicas, passando por Comte, Darwin, Lombroso e pelas teorias genéticas. O terceiro descreve a questão do uso de substâncias psicoativas e a psicologia: entre o prazer, o condicionamento e a angústia, de maneira a abordar os modelos psicanalítico e comportamental, citando a influência da família, da personalidade e do aprendizado social. Freud refere que o uso de drogas estaria a cargo pela luta por felicidade e como amortecedor de preocupações. Recentemente, os psicanalistas referem que o uso de substâncias psicoativas seria um sintoma da patologia social. Para a psicanálise as forças psíquicas são iguais em todos, mas cada indivíduo elabora seu sofrimento de forma distinta, portanto, a dependência de drogas seria apenas um dos recursos dentre outros disponíveis. O quarto capítulo oferece uma reflexão sobre a sociedade e o problema das drogas no contexto social contemporâneo. Centra-se nos fatores sociais de risco que favorecem o uso de substâncias psicoativas. Traz à baila Engels, Durkheim e Merton para discorrer sobre a etiologia do uso de drogas. No último capítulo, o autor aborda questões centrais do modelo biopsicossocial da dependência e coloca-o como uma síntese necessária para tal explicação. Descreve o fenômeno como complexo para se ater aos reducionismos teóricos, pois cada teoria tende a se intitular detentora de repostas.
A conclusão final é que paradoxalmente ao que tem mostrado a história, a etiologia da dependência química é tarefa impossível de se realizar, e precisará ainda ocupar muitas mentes e esforços. Praticamente nenhum cientista ou teoria chegou a uma conclusão definitiva sobre essa questão, visto que as ciências são intrinsecamente transitórias e que nenhuma instância acadêmica isoladamente é capaz de fornecer uma teoria ou resposta consistente sobre as causas do uso e abuso de substâncias psicoativas.
Embora os problemas do uso de drogas sejam considerados como uma (re)emergência na sociedade, não se pode deixar de ressaltar a importância de se realizar discussões com serenidade e comprometimento, não levando a construções anômalas, sem fundamentação alguma, não sendo possível pensar e abordar o tema em sua complexidade com reducionismos e preconceitos, apenas no campo conceitual teórico, puramente homogêneo e desarticulado.
Nesse sentido é imperativa e útil a visão de uma perspectiva de interdisciplinaridade ou a transdisciplinaridade, que permita conhecer o tema de forma mais ampla, pois a conjugação de esforços e abrangência de cada área possibilita por meio de pressupostos compartilhados uma visão sistêmica do fenômeno "drogas". Isso tudo desvela a dimensão deste entrecruzamento epidemiológico que é o processo saúde-doença. O problema das drogas supera as questões simplesmente médicas, alimentando novas questões e problemas a ele relacionados, como por exemplo, a violência, a corrupção, a instabilidade política, o crime organizado, a lavagem de dinheiro, o favorecimento da propagação de AIDS e hepatites, entre outras. O produto "droga" encontra-se entre as três atividades mais lucrativas do mundo, superando o petróleo e o mercado das armas. Além disso, forma uma rede direta e indireta com um dos maiores empregadores de pessoas na produção, no consumo e na distribuição de substâncias psicoativas. Essa atividade agrega valor à sua existência, o que em muitas vezes explica a reduzida eficiência e eficácia de explicações, consolidando como poderosa economia ilegal.
De forma geral, encontram-se nessa obra argumentos consistentes para fundamentar as questões das drogas e talvez por isso se torne referência para os interessados no estudo deste fenômeno. O paradoxo da droga é que ele ao mesmo tempo traz alivio, alegria diversão, poder, sedução, produz dor, sofrimento, desagregação, escraviza e mata.

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Nos EUA, os piores presidentes não tiveram amantes Autor de "A Mulher do Próximo" diz que americano não está mais moralista e que falar de sexo simpli

Nos EUA, os piores presidentes não tiveram amantes Autor de "A Mulher do Próximo" diz que americano não está mais moralista e que falar de sexo simplifica a política
Paul Hawthorne - 12.jan.05/Getty Images


O escritor e jornalista americano Gay Talese, que escreveu livro-reportagem sobre sexo nos EUADANIEL BERGAMASCO DE NOVA YORK
GAY TALESE está resfriado. Telefona para o repórter da Folha, atendendo ao pedido deixado na secretária eletrônica, e avisa, raspando a garganta: "Me resfriei e vou viajar, não posso receber você em casa. Mas posso falar agora sobre o Spitzer, tenho poucos minutos", diz o escritor de 76 anos, um dos pais do jornalismo literário, autor de reportagens antológicas reunidas nas coletâneas "Aos Olhos da Multidão" e "Fama e Anonimato" e de obras como "O Reino e o Poder", sobre o "The New York Times", onde atuou como repórter.
Talese diz que a sociedade americana não está mais ou menos moralista desde que ele publicou em 1980 "A Mulher do Próximo", livro-reportagem que retrata a transformação sexual e moral dos Estados Unidos entre as décadas de 1960 e 1970. Contudo, diz, a mídia repete tanto as informações sobre escândalos sexuais que faz que as pessoas se importem com eles, como no caso do ex-governador de Nova York Eliot Spitzer, que, casado, renunciou no último dia 12 após confirmar que era cliente fiel de uma rede prostituição. Nesse caso, afirma Talese, o escândalo foi bem-vindo. "Não é que ele esteja vivendo uma vida tão diferente de muitas outras pessoas, tendo uma prostituta, uma amante. Mas a diferença é que ele preconizava uma posição de moralidade, ele quis fechar bordéis, e aí aparece que ele era cliente de bordéis. É bom que ele seja exposto", diz o escritor.
FOLHA - O que mudou no moralismo americano entre "A Mulher do Próximo" e o escândalo sexual do governador Eliot Spitzer? TALESE - O moralismo não mudou. A mídia mudou.
FOLHA - De que forma? TALESE - Quando escrevi "A Mulher do Próximo", a mídia não discutia tanto infidelidade, não transformava a vida privada das pessoas em colunas de notícias. John Kennedy foi presidente dos Estados Unidos e teve muitos casos, mas ninguém escrevia sobre sua vida sexual. Havia rumores, mas isso nunca foi conhecido, como foi com Bill Clinton, ou agora, com o governador de Nova York, ou com o senador [Larry] Craig, o homossexual [que renunciou após assediar um homem em banheiro de aeroporto, em 2007]. Na França, quando François Mitterrand foi presidente, não havia discussão sobre seu filho ilegítimo. Mas a mídia americana publica hoje sobre qualquer coisa.
FOLHA - Os eleitores levam em conta o comportamento sexual do candidato? TALESE - Não acho que faz diferença nenhuma desde que não se relacione com seu trabalho. John Kennedy foi um presidente muito bom e tinha amantes. Bob Kennedy, seu irmão, tinha amantes. Eram casados e tinham amantes. Lyndon Johnson tinha amantes. Eisenhower. Todos nossos bons presidentes tinham amantes. O presidente Richard Nixon não tinha amantes e foi um presidente ruim. Esse cara, George W. Bush, é um presidente ruim. E não tem amantes. Entende? Bill Clinton foi muito bom e teve. Os piores presidentes são os que não tiveram amantes. Nixon foi o pior de todos os tempos. E Bush é o segundo pior. Se Bush tivesse amantes, talvez não estaria matando tanta gente no Iraque e tendo essa politica de destruir a vida de tanta gente.
FOLHA - O senhor quer dizer que, se a vida sexual de Bush fosse menos comportada, seu governo seria melhor? TALESE - Não digo que seria melhor, mas quando você olha... Os bons presidentes não eram pessoas que se "comportavam" sexualmente. Martin Luther King tinha muitas amantes. Matin Luther King! Nós temos um feriado para ele, ele é um herói nacional. E tinha muitas amantes. Muitas. Ele era um cara mau? Não, não era.
FOLHA - O desrespeito da privacidade dos políticos é sempre ruim? TALESE - Depende. Não é bom ou ruim. O que você quer dizer com bom ou ruim? Spitzer é um hipócrita, e é bom que ele seja exposto como hipócrita. Não é que ele esteja vivendo uma vida tão diferente de muitas outras pessoas, tendo uma prostituta, uma amante. Mas a diferença é que ele preconizava uma posição de moralidade, ele quis fechar bordéis, e aí aparece que ele era cliente de bordéis. É bom que ele seja exposto. O outro cara que o substituiu [David Paterson] diz que não tem um casamento perfeito. Mas quem tem? Pelo menos ele trouxe um pouco de verdade para o governo. Spitzer é um hipócrita.
FOLHA - Como repórter, hoje em dia, você publicaria matérias sobre esse escândalo? TALESE - Não vou dizer que não publicaria, porque, se alguém mais publicar, você tem que publicar. Você não pode fingir que não viu, porque todo mundo sabe sobre isso, está na televisão, nos websites. Se você está no negócio de publicar jornais, tem que publicar o que é considerado notícia. É que hoje em dia tudo é notícia, o que não acontecia 30 anos atrás. É bom ou ruim? Eu não sei. O que acontece é que pelo menos força as pessoas a viverem em coerência com o que dizem.
FOLHA - O sr. avalia mesmo que nada mudou moralmente na sociedade? "A Mulher do Próximo" mostra, por exemplo, a revista "Playboy" como algo chocante e depois mais respeitada, mas hoje em dia a revista é uma instituição americana. TALESE - Eu mostrava como aquilo mudou naquela época. Nós tivemos mudança real nos anos 1960 e 1970, quando escrevi aquele livro. Pouca coisa mudou desde então. Exceto que a mídia fala mais sobre sexo agora porque há mais liberdade para isso. Mas você não vê pessoas tendo relação sexual com penetração na TV, não ouve certas palavras na TV. Há restrição sobre o que você pode dizer, o que você pode ver. Você não pode ver homem nu na TV mostrando o pênis, não pode. No Brasil também não pode, tenho certeza.
FOLHA - Mas, se a mídia muda, a percepção da sociedade não muda juntamente com ela? TALESE - Eu acho que a mídia mantém a história viva. Quando Bill Clinton teve uma pequena vida sexual com Monica Lewinsky, isso não tinha nada a ver com o trabalho dele como presidente. Não ocupou muito tempo dele. Mas a mídia fez uma história enorme, e aí as pessoas começam a se importar. Lembra que o papa João Paulo 2º estava visitando [Fidel] Castro naquela época? Ele estava indo para Havana e toda a mídia estava lá para cobrir o papa. Quando houve o rumor de que o presidente Clinton teve esse pequeno caso sexual no Salão Oval, todo mundo deixou Havana. Toda a mídia foi embora. E o papa não tinha com quem falar. Não havia cobertura de Castro encontrando o papa. A mentalidade da mídia está toda voltada para escândalos sexuais. A mídia conduz a história.
FOLHA - Por quê? TALESE - Sexo não é complicado. Política é complicado. Na campanha, veja, as pessoas não ligam para propostas. Elas gostam de histórias simples, escandalosas, com o mais baixo, o menor denominador comum. E a mídia provê isso. A mídia é que conduz a história.
FOLHA - Mas por que o governador renunciou, se as pessoas não se importam tanto assim? TALESE - A mídia faz as pessoas se importarem, porque repete, repete, repete e repete a história. Fica batendo até a morte. A mídia quer manter a história. Acho que é bom que Spitizer tenha sido exposto como hipócrita, porque é. Já Bush não é um hipócrita sexual, mas é hipócrita em várias outras formas.
FOLHA - Em que formas? TALESE - Ele diz que estamos tentando levar democracia para o mundo. E não estamos. Estamos invadindo o mundo, forçando eles [outros países] a se ajustarem a nossa política. A administração de Bush critica os chineses em direitos humanos, e nós invadimos os países de outras pessoas e levamos atrocidades para esses países. Não estamos em uma posição em que podemos dizer que somos melhores que os outros. Somos piores, de certo modo.

Caminho: um relato da experiência de Recife na busca da atenção integral à saúde dos usuários de álcool, fumo e outras drogas”

MINISTÉRIO DA SAÚDE
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ
CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES - CPqAM

C O N V I T E

DEFESA DE DISSERTAÇÃO

A Coordenação de Pós-Graduação do CPqAM convida docentes, pesquisadores, alunos, funcionários e demais interessados para assistirem a defesa de dissertação da aluna:

ROSSANA CARLA RAMEH DE ALBUQUERQUE

Título da Dissertação: Casas do Meio do Caminho: um relato da experiência de Recife na busca da atenção integral à saúde dos usuários de álcool, fumo e outras drogas”

Curso: Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
Orientador+: Prof. Dr. André Monteiro Costa - CPqAM/FIOCRUZ
Banca Examinadora: Prof. Dr. Moab Duarte Acioli - UNICAP
. Profª Drª Paulette Cavalcanti de Albuquerque– CPqAM/FIOCRUZ
Data: 07/04/2008 Horário : 8:30 horas
Local: Sala de aula nº 01 – CPqAM/FIOCRUZ
Campus da UFPE – Av. Moraes Rêgo, s/n – Cidade Universitária – Recife - PE

Nova publicação do UNODC e OMS busca aprimorar tratamento da dependência química

Nova publicação do UNODC e OMS busca aprimorar tratamento da dependência química



O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) acabam de lançar novo documento sobre tratamento de dependência química. A publicação intitulada "Princípios sobre o Tratamento da Dependência de Drogas" foi elaborada a partir de consultas científicas. O documento busca aumentar a conscientização sobre a natureza da dependência química e seus transtornos.

"Encorajamos que governos e outros parceiros implementem o tratamento e os serviços para dependentes de drogas com base em evidências científicas. O objetivo é atingir as necessidades das populações específicas", diz Gilberto Gerra, Chefe do Departamento de Desafios Globais do UNODC.

Em diversos países, a dependência química ainda não é reconhecida como um problema de saúde, os dependentes são estigmatizados e não se beneficiam de tratamento ou serviços de reabilitação. O entendimento sobre a natureza da dependência de drogas, e dos diferentes fatores que facilitam esse problema de saúde mental, pode ajudar a conscientizar sobre as necessidades daqueles que sofrem pelo uso de drogas, bem como reduzir o estigma e discriminação. Entender melhor a dependência química pode levar ao desenvolvimento e implementação de práticas baseadas em provas científicas - e reduzir os danos que as drogas causam à saúde dos indivíduos e à sociedade.

O documento traz nove princípios básicos de serviços de tratamento de dependência química. Para certas circunstâncias, as indicações contidas serão limitadas. Por isso busca-se uma resposta à dependência desenvolvida como processo contínuo, em que intervenções mais diversificadas e sofisticadas possam ser utilizadas de acordo com os recursos disponíveis.

O UNODC e a OMS apóiam a abordagem científica e sistemática do tratamento da dependência tais como os adotados no tratamento crônico de doenças. Estima-se que 205 milhões de pessoas no mundo todo usem drogas ilícitas, sendo que 25 milhões sofrem da dependência química. Isso representa um problema à saúde pública, ao desenvolvimento, à segurança, e à sociedade. A dependência química pode ser prevenida e tratada. E a pessoa que sofre desse distúrbio precisa ser tratada com respeito e dignidade, tendo todos seus direitos garantidos.